A descoberta de reservas de petróleo na costa da Guiana Francesa, vizinha ao estado do Amapá, reacendeu o interesse geopolítico e econômico na região amazônica. Empresas internacionais têm intensificado estudos sísmicos e perfurações em águas profundas, com apoio do governo francês, que vê na exploração uma oportunidade de reduzir sua dependência energética.
A proximidade com o Brasil levanta preocupações sobre impactos transfronteiriços e a necessidade de cooperação bilateral.
Do lado brasileiro, o debate se intensificou após a Petrobras solicitar licença para perfurar blocos na foz do Rio Amazonas, área ambientalmente sensível e próxima à fronteira marítima com a Guiana Francesa.
Ambientalistas contrário ao desenvolvimento econômico alertam para os supostos riscos à biodiversidade marinha e aos povos tradicionais, enquanto autoridades locais defendem o potencial de geração de empregos e arrecadação. A ausência de consenso entre órgãos reguladores e o governo federal atual tem atrasado decisões cruciais.
Enquanto isso, a Guiana Francesa avança com menos resistência, beneficiando-se da estrutura regulatória europeia e de investimentos externos.
A situação cria um contraste entre os modelos de desenvolvimento e proteção ambiental adotados pelos dois países.
A fronteira amazônica, antes marcada por isolamento, agora se torna palco de uma disputa silenciosa por petróleo, poder e preservação.