O lançamento do programa federal Acredita Exportação, em vigor desde 1º de agosto, marca um avanço significativo para as micro e pequenas empresas (MPEs) brasileiras que atuam no comércio internacional. Embora representem 40% do total de exportadores, essas empresas respondem por apenas 0,8% do valor das exportações nacionais.
Com a devolução de até 3% da receita obtida com vendas externas, por meio de compensação ou ressarcimento de tributos federais, o programa corrige distorções históricas e promete tornar o ambiente mais justo para empresas do Simples Nacional.
Especialistas apontam que setores como móveis, calçados e vestuário devem ser os mais beneficiados, especialmente em estados como Santa Catarina, onde confecções já vêm ganhando espaço no mercado externo.
A expectativa é que os valores recuperados sejam reinvestidos em inovação, marketing e expansão, fortalecendo a presença internacional das MPEs. Segundo Sandro Marin, diretor da Tek Trade, o programa pode gerar um crescimento de até 6% nas exportações dessas empresas, além de incentivar a oferta de produtos com maior valor agregado e identidade nacional.
Além dos incentivos fiscais, o programa reforça a importância de estratégias voltadas para nichos diferenciados.
Marin destaca que exportar commodities não é o caminho ideal para as MPEs, que devem apostar em criatividade, design e apelo regional para se destacar.
O Acredita Exportação terá vigência até 2027, quando será substituído pela nova Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), prevista na reforma tributária, eliminando a cumulatividade que encarece as exportações brasileiras.