Depois de cumprir uma agenda positiva de reuniões e negociações no Paraguai, a comitiva com cerca de 40 integrantes, na sua maior parte empresários dos estados de São Paulo e Minas Gerais, já retornou ao Brasil para dar andamento no que foi definido em conversas com vice-ministros, deputados e lideranças do país paraguaio.
Em três dias de agenda no Paraguai com reuniões nos ministérios da Indústria e Comércio, do Agronegócio e Pecuária e da Justiça, além de encontro com deputados do Palácio Legislativo, empresários fomentaram estratégias, conheceram melhor a política fiscal do país e ouviram de autoridades do governo o reforço de estar à disposição para adotar novas medidas para facilitar parcerias.
Na comitiva estiveram representantes de diversos setores, incluindo manufatura, tecnologias ambientais, ferramentas industriais, logística, agricultura, pecuária, construção, bancos, entre outros. Segundo Alexandre Mendonça, um dos coordenadores da comitiva e sócio da empresa Triunfae, o grupo já tem um novo retorno ao país em setembro para seguir com as trativas de negócios.
Entre as tratativas que o Paraguai abriu para negociação estão mais atrativos fiscais de exportação vinda do Brasil. A comtiiva teve representantes do setor calçadista de Nova Serrana, Minas Gerais, que é um dos principais polos do Brasil, com cerca de 850 indústrias e 40 mil empregos diretos e indiretos. A maior parte do envio dos produtos é na América do Sul.
“Essa integração entre Brasil e Paraguai, que sempre teve boa relação diplomática, pode ser ainda melhor e os dois países irão ser beneficiados”, reforça Alexandre Mendonça, que há dois anos vem estreitando negócios com o Paraguai. Em 2023, teve início um projeto de uma fábrica instalada em um presídio de Itajubá, Minas Gerais, como modelo que o governo do Paraguai adotou no país e já inaugurou duas unidades funcionando em presídios em 2024.
“Os interesses são públicos e privados e estamos atuando nesta articulação de grandes oportunidades de futuro entre Brasil e Paraguai”, explica Fábio Guedes, que também é um dos coordenadores e sócio da Triunfae.
A comitiva também teve o apoio de membros e do presidente da UV (União de Vereadores) Minas, João Paulo Felizardo. A entidade reúne hoje 407 vereadores de todo o estado.
De olho no Paraguai - O Paraguai teve perto de US$ 10 milhões em investimento estrangeiro direto cumulativo somente em 2024 e entre os atrativos estão impostos menores e taxas competitivas de importação e exportação para que empresas se instalem na província paraguaia.
Esses atrativos vêm da Lei de Maquila e da 60/90, que visam facilitar a entrada de novos investimentos no país. O balanço do mês de junho desse ano, mostrou que as indústrias maquiladoras registraram exportações no valor de US$ 97 milhões, acumulando US$ 575 milhões no período de janeiro a junho, o que representa um aumento de US$ 62 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior.
Dados do El Consejo Nacional de la Industria Maquiladora de Exportación (CNIME) mostram que o Paraguai tem 247 empresas vigentes no país, dentro da Lei de Maquila. Dessas mais de 50% são brasileiras. Outro dado que chama a atenção é que no mês de junho desse ano, 82% das exportações das maquiladoras tiveram como destino os países do Mercosul. O Brasil recebeu 65% desses produtos que estão entre a maior parte autopeças, vestuário, alumínio, produtos alimentícios e plásticos.
